Um homem suspeito de ter envolvimento na morte da torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli, no último dia 8, em São Paulo (SP), foi preso na manhã desta terça-feira, 25.

De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), equipes da Delegacia de Homicídio e de Proteção à Pessoa localizaram e prenderam o suspeito no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro (RJ).

“Ele será apresentado na unidade policial daquele estado e depois seguirá para São Paulo”, informou a SSP-SP em nota divulgada à imprensa. O torcedor do Flamengo é suspeito de ter atirado a garrafa de vidro que matou a torcedora do Palmeiras.

Relembre o caso

Gabriela Anelli morreu após ser atingida por uma garrafa de vidro no pescoço. O fato aconteceu por volta das 17h45, mais de três horas meia antes do início do jogo entre Palmeiras e Flamengo, perto dos portões C e D do Allianz Parque, na rua Padre Antônio Tomas. Havia uma proteção de metal para separar os flamenguistas dos palmeirenses, mas ela não foi suficiente para evitar a morte da torcedora, e foi muitas vezes aberta, dando brecha para que os torcedores arremessassem pedras e garrafas.

Gabriela foi socorrida no posto de atendimento do Allianz. Ao ser constatada a gravidade dos ferimentos, ela foi encaminhada à Santa Casa, onde ficou internada e passou por cirurgia. A palmeirense teve duas paradas cardiorrespiratórias, ficou em coma induzido e morreu na madrugada do dia 10.

A torcedora do Palmeiras foi enterrada em Embu das Artes, na Grande São Paulo, em cerimônia marcada por dor, emoção e pedidos de paz de familiares e amigos da palmeirense, que “vivia” o time alviverde, segundo contou o pai, Ettore Marchiano Anelli. “A balada dela era o Palmeiras. Meninas de 23 anos gostam de outras coisas, ela gostava do Palmeiras. Era apaixonada demais”.

Flamenguista preso e solto

O flamenguista Leonardo Felipe Xavier Santiago, ex-integrante de uma organizada ligada ao clube, a Fla Manguaça, chegou a ser preso em flagrante no dia do crime, mas foi solto por fragilidade de provas, como apontaram o Ministério Público de São Paulo e a juíza Marcela Raia de Sant’Anna.

A magistrada que determinou a soltura de Santiago afirmou, em sua decisão, que o delegado que vinha investigando o caso, Cesar Saad, “se mostrou açodado e despreparado para conduzir as investigações”.

Saad declarou reiteradas vezes publicamente que Santiago tinha confessado, em conversa informal com os policiais, ter atirado a garrafa que feriu e matou Gabriela. No entanto, no interrogatório na delegacia, Santiago deu outra versão. Ele disse que palmeirenses jogaram rojões em direção à torcida do Flamengo e que, como revide, resolveu lançar pedras de gelo, “mas essas eram muito pequenas e sequer atingiram a barreira” de metal que separava torcedores locais e visitantes.

Quem matou a torcedora do Palmeiras?

Imagens que circulam nas redes sociais mostram ao menos dois torcedores, um flamenguista e um palmeirense, atirando garrafas durante o tumulto. Um vídeo gravado pela ESPN exibe um homem de barba e camiseta clara lançando uma garrafa em direção aos torcedores do Palmeiras que estavam do outro lado de uma divisão de metal que separava as torcidas. Na mesma gravação, Gabriela aparece tentando entrar na área destinada aos torcedores do Flamengo.

De acordo com a delegada Ivalda, esse homem de barba não é o principal suspeito, mas um deles. Outras imagens mostram um torcedor do Palmeiras, com uma mochila nas costas e vestindo a camisa verde do time, arremessando o que parece ser uma garrafa de vidro. O objeto explode na proteção de metal que dividia as duas torcidas. Gabriella Anelli aparece na parte de cima da tela, de jaqueta branca e calça azul marinho.

A identidade do homem preso nesta terça-feira ainda não foi divulgada.

* Com informações da Agência Estado